sexta-feira, 4 de março de 2011

Intenção Missionária de Março

 
"Que o Espírito Santo dê a luz e força às comunidades cristãs e aos fiéis perseguidos ou discriminados por causa do Evangelho em várias partes do mundo"


A perseguição é algo inerente à Igreja desde a sua fundação. Pode-se dizer que faz parte de sua essência. A partir do momento que o Senhor disse: "Se me perseguiram, também perseguirão vocês" (Jo 15, 20), cada verdadeiro cristão e cada comunidade cristã deve saber que estará sujeito à perseguição. O Santo Padre Bento XVI reafirmou este conceito quando disse: "A Igreja se põe no mesmo caminho e sofre o mesmo destino de Cristo, porque não age segundo uma lógica humana ou contando sobre as razões da força, mas seguindo o caminho da Cruz, tornando-se, em obediência filial ao Pai, testemunha e companheira de viagem desta humanidade" (Mensagem para o Dia Mundial das Missões de 2009, nº 4) . Santo Agostinho disse: "A luz que é amada pelos olhos saudáveis, é odiosa para os doentes". Quando a Igreja vive fielmente a mensagem de Cristo, se torna verdadeiramente a luz do mundo", e por isso provoca desconforto aos olhos doentes. Quando a Igreja anuncia o Evangelho na sua totalidade, torna-se "sal da terra" que queima as feridas. Não podemos ignorar que cada um de nós deve também colocar a sua vida na luz do Evangelho e suportar a queimadura do sal, uma vez que vivemos num espírito constante de conversão, deixando de lado as incoerências que muitas vezes acompanham as nossas vidas. Caso contrário, seremos somente sal que não tem sabor e que serve apenas para ser jogado na estrada, para ser pisado por aqueles que passam. A perseguição esteve presente na vida de Jesus e da Igreja primitiva. Na época em que foi escrito o livro do Apocalipse, a Igreja viveu um momento de perseguição, tribulação e confusão (cf. Ap 1, 9). No entanto, na visão do Apóstolo São João foi proclamada uma palavra de esperança: "Não temas, eu sou o Primeiro e o Ultimo, o Vivente. Estive morto, mas agora vivo para sempre, e tenho as chaves da morte e do Hades" (Ap 1, 17-18). Junto com a constante presença de Cristo, que venceu o sofrimento e a morte através de sua ressurreição, a Igreja encontra a força de perseverar, mesmo em meio à perseguição, graças ao dom precioso do Espírito Santo: "Recebereis a força do Espírito Santo e sereis minhas testemunhas" (cf. At 1, 8). O Espírito ajuda com o dom da força aqueles que devem dar provas de sua fé em Cristo entre as oposições, e ajuda os fiéis a fim de que possam alcançar o supremo testemunho do martírio, se necessário. Que este Espírito, que é luz e força divina, ajude os nossos irmãos e irmãs que são perseguidos. Que esse mesmo espírito anime a nossa oração para que seja autêntica, apaixonada e comprometida. As formas de perseguição são diferentes em diferentes partes do mundo. Em alguns países se recorre ao uso da violência física, coerção e ameaça. Nas culturas ocidentais de hoje se usa desacreditar, insultar e tornar ridículo tudo o que é cristão. Que o Espírito Santo torne os católicos testemunhas autênticas de Cristo, coerentes com o Evangelho, homens que não se encaixam neste mundo (cf. Rm 12, 2). Somente aqueles que estão dispostos a sofrer pela confissão do nome de Cristo, podem ser verdadeiramente seus discípulos. Rezemos este mês pelos nossos irmãos perseguidos e para que a nossa oração seja sincera, devemos nos sentir prontos a partilhar alguns de seus sofrimentos pela confissão do Senhor crucificado e ressuscitado.

Fonte:  http://www.fides.org/index.php